A Inteligência Artificial na promoção da saúde respiratória

A Inteligência Artificial na promoção da saúde respiratória

A Inteligência Artificial (IA) pode ser utilizada para detetar a infeção por COVID-19, refere uma investigação apresentada hoje no ERS. De acordo com esta pesquisa, com a utilização de uma aplicação para telemóvel e através da voz é possível fazer este diagnóstico de uma forma mais precisa, rápida e fácil de utilizar em comparação aos testes rápidos de antigénio.

A Professora Wafaa Aljbawi, investigadora do Institute of Data Science da Universidade de Maastricht, na Holanda, afirmou que o modelo de IA é preciso 89% das vezes, enquanto a precisão dos testes de fluxo lateral varia muito também dependendo da marca. Além disso, os testes de fluxo lateral foram consideravelmente menos exatos na deteção de infeção por COVID-19 em pessoas que não apresentavam sintomas. “Estes resultados são promissores e sugerem que gravações de voz simples e algoritmos de IA ajustados podem alcançar uma alta precisão na determinação dos doentes com infeção por COVID-19”, referiu a investigadora. “Estes testes podem ser fornecidos gratuitamente e são simples de interpretar. Além disso, permitem testes de forma remota e têm um tempo de resposta de menos de um minuto. Podem ser utilizados, por exemplo, nos pontos de entrada para grandes aglomerações, permitindo uma triagem rápida da população.”

Os investigadores utilizaram uma técnica de análise de voz que identifica diferentes caraterísticas, como o volume, a potência e a variação ao longo do tempo. A precisão geral da app foi de 89%, a capacidade de detetar corretamente casos positivo foi de 89% e a capacidade de identificar corretamente casos negativos foi de 83%.

IA na prevenção de exacerbações na DPOC

Num segundo estudo, Henry Glyde, doutorando na faculdade de Engenharia na Universidade de Bristol, demonstrou que a IA pode ser utilizada – através da app myCOPD – para prever as exacerbações nos doentes com DPOC.

myCOPD é um aplicativo interativo desenvolvido por doentes e médicos e que está disponível no Serviço de Saúde do Reino Unido. Surgiu em 2016 e, até agora, mais de 15 mil doentes com DPOC utilizaram esta aplicação na gestão da sua doença.

“O modelo de IA mais recente que desenvolvemos tem uma sensibilidade de 32% e uma especificidade de 95%. Isto significa que o modelo é muito bom em dizer aos doentes quando eles não estão prestes a sofrer uma exacerbação, o que pode ajudá-los a evitar tratamentos desnecessários. Não é tão bom a dizer-lhes quando estão prestes a experimentar uma. Melhorar isso será o foco da próxima fase da nossa pesquisa”, afirmou Henry Glyde.